Se analisar verá que o homem que escreve dirige sua poesia para todos. Já a mulher, escreve pra outro homem. Sempre!Não digo um amor ou qualquer coisa assim, me refiro a um oposto. Mas ela escreve querendo se mostrar, ser ouvida. Grita. Para alguém, por alguém...E esse alguém com certeza é o homem. As mulheres que escrevem, pra mim, têm um lirismo profundo que nenhum homem jamais vai alcançar. Mesmo aqueles mais “românticos” que fazem de sua escrita declaração de amor ou aqueles que conseguem transpor sua alma, deixando descoberta sua fragilidade.
A mulher foi extraída da matéria do homem. Então é parte... Está concentrada ali...matéria flexível e susceptível. Tem simplicidade e ao mesmo tempo a capacidade de deixar subentendido. Há quem diga que isso chama-se “dissimulação”. Eu já chamo de “disfarçar”, não revelar todo jogo ou idéia, porque é sempre mais gostoso ir descobrindo aos poucos, perceber por si próprio quando alguém já deu a dica. Acho que por isso as mulheres tanto escreveram e escrevem sobre sentimentos, impressões do mundo, insatisfações em geral . Até os tormentos, ela quer que o homem os ouça, mesmo quando fala sobre as bobagens e futilidades do mundo feminino. Ela sabe que uma outra mulher que lê já entende isso, sabe que não fala nada de novo. Ela quer contar isso é para o homem. Quer que ele saiba, para que possa compreender ou até mesmo só escutar (como eles sempre dizem).
Por isso é que eu acho: “gosto é gosto e não se deve impor nenhuma idéia a ninguém. Cada um tem seu interesse no que mais lhe agrada ler, descobrir, julgar e interpretar”. Mas ainda sim eu penso: Homens... leiam as mulheres!!!(Clarice Lispector, Martha Medeiros, Florbela Espanca, Cecília M., Lygia Fagundes Telles, Anne Rice... pra citar algumas de tantas outras) No fim vão encontrar muitas respostas e perceber que o nosso mundo não é tão complexo...