Sunday, June 11, 2006

leve...como uma pluma...

Dor. Aquele momento em que você não agüenta mais e deixa a tristeza extravasar. Você espera, sempre esperou. Afinal, desde que o mundo é mundo foi assim. Mas na hora, ah... na hora não dá para segurar. Quando você se dá de conta, que a “ficha cai” sabe? Nessa hora você prefere estar em qualquer outro lugar, fazendo qualquer outra coisa, passando por qualquer outra situação, que não essa de perda.
Nesse momento, eu gostaria de estar em um parque de diversões, à noite (onde todas as luzes estão ligadas e se pode ver a beleza do céu estrelado) e gostaria de estar na roda gigante, girando e girando sem parar, sem ter fim. Ficar ali por horas e horas, sem pensar em nada. Até que esse movimento contínuo circular levasse meus pensamentos para longe e minha mente também girasse, para que nada de novo ocorresse. Assim, a realidade que passa tangendo o círculo, desvia-se e a tristeza que me assola agora, rasparia de leve a roda e iria embora.
Mas infelizmente não posso. E um sentimento agora me destrói o coração, tirando o meu ar, minha força pra respirar, fazendo com que o soluçar seja a única forma de conseguir. Agora as lembranças vêm sem parar, um misto de nostalgia, saudade doída e a certeza de que os momentos (todos, bons e ruins) ficarão na minha memória. Ao mesmo tempo em que um alívio por ter dito aquele último adeus, aquele último EU TE AMO. Aquela culpa por ter dito isso somente por já saber o que viria. E aquele pensamento: “e se eu não soubesse? Ainda sim me despediria com palavras carinhosas? O que teria dito? Teria expressado realmente o que queria? O quanto gostava, gosto e sempre admirei...”
Penso em mim, porque meu egoísmo não me deixa sentir mais compaixão por aqueles que sei, com certeza, estão sofrendo mais do que eu. Mas hoje nada disso importa, só gostaria de poder voar, subir e ficar bem perto de ti. Leve...como uma pluma que toca o ar gentilmente para se apoiar.

Meu avô morreu. Hoje o mundo se torna mais triste pra mim...

1 comment:

Anonymous said...

O fato de sermos habitados por uma nostalgia incompreensível também é o sinal de que existe um além !